Era uma vez um homem pobre mas corajoso que se chamava Ali. Trabalhava para Ammar, um velho e rico comerciante.
Certa noite de inverno, disse Ammar: “ninguém pode passar uma noite assim no alto da montanha, sem cobertor e sem comida. Mas voce precisa de dinheiro, e se conseguir fazer isso, receberá uma grande recompensa. Se não conseguir, trabalhará de graça por trinta dias”.
Ali respondeu: “amanhã cumprirei esta prova”.
Mas ao sair da loja, viu que realmente soprava um vento gelado, ficou com medo, e resolveu perguntar ao seu melhor amigo, Aydi, se não era uma loucura fazer esta aposta.
Depois de refletir um pouco, Aydi respondeu: “vou lhe ajudar. Amanhã, quando estiver no alto da montanha, olhe adiante. Eu estarei também no alto da montanha vizinha, passarei a noite inteira com uma fogueira acesa para voce. Olhe para o fogo, pense em nossa amizade, e isso o manterá aquecido. Você vai conseguir, e depois eu lhe peço algo em troca.”
Ali venceu a prova, pegou o dinheiro, e foi até a casa do amigo: “voce me disse que queria um pagamento.”
Aydi respondeu: ”sim, mas não é em dinheiro. Prometa que, se em algum momento o vento frio passar por minha vida, acenderá para mim o fogo da amizade.”
[By Paulo Coelho]
Em tempos de turbulência acabei me voltando para antigas amizades, pessoas que apesar do tempo, da correria do dia - a - dia e em alguns casos da distância, me oferecem um porto seguro, e exatamente com Aydi acendem o fogo da amizade, sempre que preciso.
Não estou desmerecendo minhas outras amizades mais recentes, sou grata por te-los, mas existe uma ligação diferente com essas mais antigas é a sensação de após uma longa viagem voltar para casa.